sexta-feira, junho 22, 2012





Schadenfreude ou Inveja


Schadenfreude ou Inveja
A língua alemã usa a palavra schadenfreude, sem equivalente em português, para descrever algo diferente da inveja, mas que costuma andar lado a lado com ela: um sentimento de alegria ou prazer pelo sofrimento ou infelicidade do outro.
A inveja pode ser definida como o desejo de possuir aquilo que é do outro (ex: sucesso, poder, bens materiais) e/ou o desejo que o outro não possua aquilo que é invejado.
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer dizia que sentir inveja é humano, gozar do infortúnio dos outros é diabólico.
A inveja faz parte da estrutura do psiquismo humano e atua sobre a cultura humana e sobre nossa organização social. A forma, entretanto de lidar com este sentimento varia de acordo com o equilíbrio emocional e a auto-avaliação que cada um de nós faz de suas qualidades, capacidades e merecimentos diante das circunstâncias da vida.
A inveja existe e está presente desde os tempos de Adão e Eva, na história de Caim e Abel e manifesta-se em todas as esferas do relacionamento humano, manifestando-se em todas as vertentes do nosso quotidiano. Entre amigos, colegas ou até familiares.
A inveja é formada a partir do momento que se compara as qualidades do outro sem uma avaliação do próprio potencial, na qual a pessoa julga-se incapaz de realizar as suas ações criando fortes sentimentos de inferioridade e de frustração.
A sociedade em que vivemos, baseada na competição desenfreada, calcada na concepção de que o outro não pode ser melhor, é uma das grande responsáveis de um mundo repleto de desamor social.
Situações competitivas podem gerar sentimentos positivos de identificação com outros membros do grupo capaz de gerar alianças, mas podem também estimular sentimentos como a inveja e até mesmo satisfação com o infortúnio dos outros.
Preso num círculo vicioso, ao invejoso só resta solapar a pessoa que desperta sua inveja. E fará isso da forma mais sutil, esdrúxula e por baixo dos panos possível. De maneira tão escondida e camuflada como seu real sentimento é.
O meio mais usado é a difamação. O invejoso mente e torce a verdade, começando por sua própria percepção das coisas. De fato, o trabalho de difamação e solapamento do outro se instaura dentro da própria psique do invejoso, antes de alcançar o outro. Ele enxerga as coisas de forma distorcida e acredita tanto no que vê que quando comenta com os demais parece sincero, e pior, parece vítima.
O ser humano é um ser de comparação. Vive a se comparando com os outros. A sociedade partilha também responsabilidades neste processo: desde muito cedo somos comparados com aquela que é mais bonita ou com aquele que tira melhores notas.
Na escola, na família ou na sociedade em geral a competição baseada na idéia de que o outro não pode ser melhor do que eu, acaba por gerar insatisfação, fazendo crescer um sentimento geral de desamor social.
No entanto, diz o adágio popular “O sol nasce para todos” e, portanto, cada um de nós tem as suas próprias peculiaridades, talentos, qualidades e capacidades, e com esforço, todos podem tornarem-se vitoriosos.
Profa.Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

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