quarta-feira, junho 27, 2012

Dicas para diminuir estresse



O homem moderno parece viver sem tempo para nada, está sempre correndo, atrasado para tudo, com a sensação de que não terá tempo suficiente para dar conta de seus compromissos. Parece que viver é estar sob estresse. 
Os recursos que a tecnologia vem oferecendo, tornou tudo mais dinâmico e rápido, parece que 24 horas não bastam para resolver  tudo aquilo que deseja. As pessoas estão constantemente sofrendo pressão seja no trabalho, escola, no transito ou em casa.
O stress é uma resposta natural aos desafios da vida e uma vida sem desafios seria demasiado entediante, mas é importante saber administrar o tempo e manter o estresse sob controle. Para isso, é necessário mudar o estilo de vida.
Dicas  importante para eliminar o estresse:
O primeiro passo é ser capaz de identificar as fontes de estresse é o primeiro passo para poder eliminá-las efetivamente. Procure identificar o que lhe tira do sério, pois só assim você poderá procurar formas de lidar melhor com estas situações ou simplesmente evitá-las. Quem não sabe o que o estressa, vive preso às suas próprias emoções. Elabore uma lista de fatores estressores e  veja o que pode ser eliminado de imediato.
O segundo passo é aprender a eliminar obrigações desnecessárias. A nossa vida está cheia de obrigações, começando com as profissionais e passando pelas familiares, as cívicas, as tarefas domésticas e aquelas ligadas a instituições, associações ou comunidades religiosos; culminando nos passatempos, atividades desportivas, culturais e online, entre muitas outras. Pese cada uma individualmente: a quantidade de estresse que produzem versus o valor que retira de cada uma.
O terceiro passo é não Procrastinar. Deixar para amanhã aquilo que pode ser feito hoje.  Desenvolva o hábito de quando possível fazer as coisas ao seu tempo e mantenha na medida dopossível, suas responsabilidades sobre controle, e em dia.  
O quarto passo é evitar Indisciplina e Desorganização: Nada de chegar em casa e continuar trabalhando. É preciso ter disciplina e bom-senso, deixando cada coisa em seu lugar. Assim, você não se sobrecarrega. Ser organizado pode ser muito difícil para algumas pessoas, mas é estritamente necessário para otimizar seu tempo e torna-lo mais produtivo. A desordem nos impede de encontrar as coisas que necessitamos, perdemos tempo, nos desgastamos e o pior ou nos acomodamos na bagunça. Reserve um tempo para se organizar
O quinto passo evite estar sempre atrasado. Estar atrasado estressa qualquer um. Crie o hábito de fazer as coisas com certa antecipação, Faça um esforço consciente para chegar cedo em seus compromissos
O sextos passo: Aprenda a dizer “Não”. Fomos educados a dizer “Sim”, mas podemos aprender a dizer “Não”, isto requer prática, mas aceitar que ninguém consegue agradar a todo mundo o tempo todo irá reduzir a pressão que você mesmo coloca sobre você. 
O Sétimo passo: Pare de querer controlar tudo: A vida não funciona desta forma. É preciso relaxar, desapegar, deixar as coisas seguirem seu curso natural. Respeite as diferenças, aprenda a lidar com as dificuldades do dia a dia .
O oitavo passo: evite assumir multi-tarefas: Fazer muitas coisas ao mesmo tempo pode passar a imagem de produtividade, mas no final das coisas isso é só mais uma fator de estresse, você nunca conseguirá se concentrar de fato em tudo aquilo que faz, quando exagera. Procure fazer uma coisa de cada vez.
O Nono passo: Exercite-se: Encontre tempo para praticar algum tipo de exercício. Caso não seja mesmo possível, simplesmente troque hábitos, como utilizar mais as escadas, voltar para casa à pé, ou ir em algum lugar relativamente próximo sem tirar o carro da garagem,  etc.
Finalmente, Simplifique a vida: Não fica procurando problemas onde não tem, desacelere, procure viver com mais intensidade cada momento. Evite ficar “ligado” o dia todo. Escolha alguns momentos para relaxar, dar uma volta, fazer uma caminhada ou um alongamento, tomar um cafezinho com um amigo ou simplesmente respirar profundamente. Ter uma alimentação saudável é básico para evitar doenças e males psicológicos, como estresse. Portanto, tire do seu cardápio alimentos que você sabe que não lhe fazem bem. reduza a quantidade ingerida, pois um estômago cheio lhe impede de raciocinar corretamente, sem contar a sensação de peso e mal-estar provocado pelo excesso.
           Profa. Dra Edna Paciência Vietta
                     Psicóloga Clínica

sexta-feira, junho 22, 2012





Schadenfreude ou Inveja


Schadenfreude ou Inveja
A língua alemã usa a palavra schadenfreude, sem equivalente em português, para descrever algo diferente da inveja, mas que costuma andar lado a lado com ela: um sentimento de alegria ou prazer pelo sofrimento ou infelicidade do outro.
A inveja pode ser definida como o desejo de possuir aquilo que é do outro (ex: sucesso, poder, bens materiais) e/ou o desejo que o outro não possua aquilo que é invejado.
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer dizia que sentir inveja é humano, gozar do infortúnio dos outros é diabólico.
A inveja faz parte da estrutura do psiquismo humano e atua sobre a cultura humana e sobre nossa organização social. A forma, entretanto de lidar com este sentimento varia de acordo com o equilíbrio emocional e a auto-avaliação que cada um de nós faz de suas qualidades, capacidades e merecimentos diante das circunstâncias da vida.
A inveja existe e está presente desde os tempos de Adão e Eva, na história de Caim e Abel e manifesta-se em todas as esferas do relacionamento humano, manifestando-se em todas as vertentes do nosso quotidiano. Entre amigos, colegas ou até familiares.
A inveja é formada a partir do momento que se compara as qualidades do outro sem uma avaliação do próprio potencial, na qual a pessoa julga-se incapaz de realizar as suas ações criando fortes sentimentos de inferioridade e de frustração.
A sociedade em que vivemos, baseada na competição desenfreada, calcada na concepção de que o outro não pode ser melhor, é uma das grande responsáveis de um mundo repleto de desamor social.
Situações competitivas podem gerar sentimentos positivos de identificação com outros membros do grupo capaz de gerar alianças, mas podem também estimular sentimentos como a inveja e até mesmo satisfação com o infortúnio dos outros.
Preso num círculo vicioso, ao invejoso só resta solapar a pessoa que desperta sua inveja. E fará isso da forma mais sutil, esdrúxula e por baixo dos panos possível. De maneira tão escondida e camuflada como seu real sentimento é.
O meio mais usado é a difamação. O invejoso mente e torce a verdade, começando por sua própria percepção das coisas. De fato, o trabalho de difamação e solapamento do outro se instaura dentro da própria psique do invejoso, antes de alcançar o outro. Ele enxerga as coisas de forma distorcida e acredita tanto no que vê que quando comenta com os demais parece sincero, e pior, parece vítima.
O ser humano é um ser de comparação. Vive a se comparando com os outros. A sociedade partilha também responsabilidades neste processo: desde muito cedo somos comparados com aquela que é mais bonita ou com aquele que tira melhores notas.
Na escola, na família ou na sociedade em geral a competição baseada na idéia de que o outro não pode ser melhor do que eu, acaba por gerar insatisfação, fazendo crescer um sentimento geral de desamor social.
No entanto, diz o adágio popular “O sol nasce para todos” e, portanto, cada um de nós tem as suas próprias peculiaridades, talentos, qualidades e capacidades, e com esforço, todos podem tornarem-se vitoriosos.
Profa.Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica




                     Psicóloga Clínica/ Ribeirão Preto

                    Profa.Dra. Edna Paciência Vietta

                                                    CRP-06/65132

                 Psicóloga Cognitivo-comportamental

                                Formada pela FFCLRP-USP

                                    vietta@netsite.com.br

                    http://www.itbcr.com/profissional/viettaed23729.shtml
As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o futuro, determinam o modo como nos sentimos: o que e como as pessoas pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional “( Beck e Kuyken, 2003)

                             Psicoterapia Breve-Cognitivo-Comportamental;

                                     Individual e de Casal 


Transtornos de Ansiedade; Fobia Social, Transtorno Obsessivo-compulsivo, Pânico,Tricotilomania, Compulsões, TDAH ( Adolescentes e adultos); Depressão Transtorno Bipolar e outros Transtornos. Atendimentos: Terapia Individual e de casal (homo e heterossexual), Adolescentes (a partir de 16 anos); Adultos.



A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi desenvolvida, aprimorada e extensamente difundida na Europa e nos Estados Unidos nos últimos vinte anos. É caracterizada por ser muito bem estruturada, orientada ao momento presente, direcionada à resolução de problemas atuais e à modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Achados clínicos conduzidos através de vários estudos muito bem controlados, apóiam a eficácia desta forma de tratamento. Atualmente esta forma de psicoterapia vem se impondo como o principal e mais eficaz tratamento psicológico para os transtornos emocionais.

                ndereço: Rua Olavo Bilac, 805 - Vila Seixas
                            Ribeirão Preto - Brasil
                     Telefone: 55 (16) 3964 6692

sábado, junho 09, 2012

DOR É UMA SÓ: É A DOR



Segundo Breton (1995), a dor, como as doenças, não são apenas manifestações universais de processos orgânicos, mas construções simbólicas que variam conforme os contextos socioculturais e a própria subjetividade do doente.
Pela vertente psicológica, a concepção de dor pode ser enfaticamente concebida como uma experiência perceptiva, sensível, cuja qualidade e intensidade são influenciadas pela singularidade, história de vida e significado atribuído pelo indivíduo à situação produtora de dor, das condições físicas e emocionais e pelo seu estado de espírito do momento.
 A Psicologia não diferencia a dor, a não ser por sua causalidade; dor é dor. Parafraseando o poeta Fernando Pessoa, como negar que é dor “a dor que deveras sente?” pela perda, culpa, remorso, traição, injustiça, ingratidão?
Pensada ontologicamente, a dor pode ser definida como a conscientização da certeza da transitoriedade da existência, o medo da eminência de perda de controle sobre a vida, o sinal de fragilidade e impotência humana, diante da certeza da finitude. A dor coloca o homem em conflito com a possibilidade do não-ser.
A dor moral não se aloja em nenhum órgão, não deixa vestígios tissulares, não é palpável, não inflama, mas existe, é pungente, é sentida, quebranta a alma, arrasa, dificulta nossa faculdade de raciocinar sobre coisas tangíveis e intangíveis.
Assim posto, o estudo, avaliação e compreensão da dor e do sofrimento não são passíveis de serem estudados somente através de métodos positivistas, ainda que estes possam nos trazer alguma luz para o seu entendimento.
Aqui, questionamos até que ponto o paradigma newtoniano-cartesiano, sob a égide e pretensão de objetividade científica, onde a natureza funciona como um relógio, nossos corpos sentidos de maneira mecânica e nossa dor e sofrimento tratado orgânica e mecanicamente, não foi a base da desumanização da Ciência, da Tecnologia, da Saúde e do Ser Humano?
Todo pragmatismo, ambição desmedida, consumismo exagerado, arrogância do poder, a inversão dos valores humanos mais elevados não seria resultado desta visão de mundo, na qual o homem é visto como máquina, fragmentado e separado da natureza?
Não podemos desconsiderar que o método analítico cartesiano foi um recurso inestimável e fantástico da evolução da ciência e para o desenvolvimento do mundo moderno; porém, é igualmente inegável suas conseqüências para o descaso dos sentimentos mais íntimos do ser humano.
Embora as diferentes definições de dor nos remetam a traços comuns, como o caráter de subjetividade, a natureza sensível, a condição de desprazer, ainda assim deixam muito a desejar, constituindo-se ainda em uma grande incógnita.
A experiência dolorosa tem forte relação com o nível de dor e a atitude básica do ser humano perante a vida. Por exemplo, aspectos negativos decorrentes de uma falha pessoal, quando não esquecidos “pesam na alma”, constituindo-se num remanescente perturbador, enquanto não reparado ou aliviado através de algum tipo de punição. A pessoa que experimenta a dor como punição, mesmo que aceite procurar ajuda profissional, pode não aderir ao tratamento, recusando-se consciente ou inconscientemente a seguir a conduta médica estabelecida. O fato é que o ser humano participa de forma ativa ou passivamente do processo de adoecer.
O entendimento pelo profissional desta concepção moral da dor e do sofrimento e de seu lugar estruturante na experiência da dor e do sofrimento é decisivo e não deve ser ignorado. É importante estar alerta para os possíveis significados defensivos da dor e do sofrimento, de modo a se compreender as funções da dinâmica, origem e desenvolvimento da metapsicologia de seu simbolismo e sua representação no aparelho psíquico.
Enquanto a abordagem psicológica humanista constata o quanto o cuidado, o acolhimento, a aceitação, a palavra de conforto, a esperança, a fé, a atenção, o olhar terno, sincero, carinhoso e o toque atenuam o sofrimento, amenizam a dor, acalmam o espírito, a neurociência constata que os mecanismos de ação de tais intervenções são capazes de estimular no organismo humano produzir analgésicos endógenos, substâncias naturais, com grande poder anestésico.
É preciso reencontrar o elo perdido, juntar fragmentos, unir forças, rever valores, preservar nossa singularidade, olhar o ser humano em sua totalidade, apreender uma visão de mundo totalizador, tornar o ser humano mais consciente, mais sadio, mais livre, menos normótico.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
             Psicóloga Clínica  

quarta-feira, junho 06, 2012



Depressão Típica e Atípica


Depressão Típica e Atípica
A Depressão pode se manifestar como Depressão Típica ou Depressão Atípica.
Depressão Atípica é uma maneira disfarçada da Depressão se apresentar. Isso acontece, normalmente, naquelas pessoas que não se permitem sentimentos sem motivos e, apesar de já terem ido a muitos consultórios médicos com as mais variadas queixas (físicas, emocionais ou psicossomáticas) e de terem feito inúmeros exames, continuam achando que a medicina ainda não conseguiu descobrir a causa de seus problemas.
Outra forma de manifestação da depressão Atípica é Distimia: um transtorno mental que se manifesta por mau humor por meio de uma espécie de rabugice que parece eterna. Lembra muito o estado de espírito do Hardy Har Har, a hiena de desenho animado famosa por viver resmungando “Oh dia, oh céu, oh vida, oh azar”. A pessoa distímica costuma procurar ajuda só quando a doença já evoluiu para um quadro depressivo grave. Essas pessoas aprendem a funcionar irritadas. Acham que, por parecer um traço de personalidade, nada pode ser feito.
Trata-se de um subtipo depressivo crônico que costuma aparecer já na adolescência ou mesmo na infância. Mas tem um quadro de evolução lenta, sintomas difíceis de serem percebidos e diagnosticados Além disto seus sintomas são menos evidentes do que os da depressão severa.
A Distimia pode deixar o indivíduo com a sensação de que este é o seu jeito normal de ser, com dizeres como “sempre fui desse jeito “. Há, portanto, uma perda de autocrítica quanto à doença, o que, somado ao baixo interesse em várias áreas da vida, pode levar ao isolamento ou a uma vida limitada, com poucos relacionamentos sociais, inclusive dificuldades profissionais e familiares.
A Distimia foi reconhecida pela medicina nos anos 80, é uma forma crônica de depressão, com sintomas mais leves. “Enquanto a pessoa com depressão grave fica paralisada, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre reclamando”.
Devido ao fato da afetividade depressiva não permitir uma visão mais positiva da realidade, os distímicos insistem sempre em considerar equivocadamente que a maneira negativa e sombria de perceber as coisas do mundo é uma maneira realista de viver. 
O transtorno distímico é compatível com um funcionamento social relativamente estável, embora precário. Muitos pacientes distímicos investem a energia que têm no trabalho, nada sobrando para o prazer e as atividades familiares ou sociais, o que favorece atrito conjugal característico.
 A dedicação ao trabalho por parte dos portadores de transtorno distímico pode representar uma supercompensação, constituindo uma defesa em sua batalha com a desorganização e a inércia. Kraepelin descreveu esses indivíduos: “A vida, com sua atividade, é um fardo que eles habitualmente carregam com resignação submissa, sem serem compensados pelos prazeres da existência”. Segundo observação clínica o Distímico só busca ajuda quando algo muito grave (muitas vezes irreversível) já ocorreu em sua vida conjugal, familiar, profissional ou social. Por apresentar uma personalidade perfeccionista e detalhista costuma achar qualquer tratamento ineficaz, resistindo muito em aderir ao mesmo. O Distímico  acentua tanto os aspectos negativos da vida que os positivos passam despercebidos e sem importância. Por sua postura pessimista, crítica e exigente e inflexível, taciturno, introvertido, ultra-escrupuloso, não alimenta expectativas positivas em relação ao processo psicoterápico o que dificulta a intervenção
Depressão Típica, por sua vez, se manifesta com todos os sintomas emocionais típicos, tais como apatia, desinteresse, tristeza, desânimo, etc.
         A Depressão pode ser entendida como um estado afetivo rebaixado. Portanto, o que mais se constata na Depressão Típica é um cansaço ou inibição das atividades físicas e psíquicas tal como se houvesse uma perda de energia geral. Para as pessoas deprimidas todas as atividades parecem mais cansativas, difíceis e tediosas. Há um comprometimento do ânimo geral para tudo, inclusive para as atividades que deveriam dar prazer.
      Não se conhecem ainda as causas da depressão. Várias são as teorias, entretanto, baseadas em observações e evidências científicas: a Teoria genética para qual alguns tipos de depressão são mais freqüentes em determinadas famílias, sugerindo que a vulnerabilidade biológica (isto é, a propensão ou sensibillidade do organismo à doença) seja transmitida geneticamente. História familiar de mania, depressão e alcoolismo aumentam a probabilidade de ocorrência de depressão. O fator genético é mais evidente para a depressão bipolar que para a unipolar; a Teoria psicodinâmica cuja evidência é a de que pessoas com baixa auto-estima, pessimistas ou muito sensíveis a stress são mais propensas à depressão. Não está claro se isso representa uma predisposição psicológica ou se tais manifestações seriam uma forma inicial da doença; Teorias biológicas - o cérebro humano vive constantemente uma fantástica ciranda de impulsos nervosos em todas as direções, um mecanismo da impressionante complexidade que tem como resultado o pensamento, a ação, locomoção, manifestação de alegria ou de preocupação.
Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que dão a sensação de conforto, prazer e bem estar. É uma disfunção que ocorre na transmissão dos impulsos de uma célula nervosa para outra. Nesse caso, os neurotransmissores, como a noradrenalina e a serotonina – substâncias químicas usadas na comunicação entre os neurônios existem em quantidades alteradas. A depressão nesta teoria é decorrente de um funcionamento alterado das células neuronais que compromete o estado emocional e físico do indivíduo.
Existem ainda, outros sinais que podem indicar depressão como: Dores crônicas; dores tipo enxaqueca; dores na coluna e fadigas persistentes podendo ser estes os únicos sintomas claramente percebidos. Neste caso a depressão é comumente chamada de “mascarada”. 

                    Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                                 Psicóloga Clínica

domingo, junho 03, 2012


Depressão: um transtorno afetivo


Depressão é um Transtorno Afetivo (ou do Humor), caracterizada por uma alteração psíquica e orgânica global, com conseqüentes alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida.
Se a depressão é uma doença afetiva é importante saber o que se entende por afeto?
Afeto é a parte de nosso psiquismo responsável pela maneira de sentir e perceber a realidade. A afetividade é, portanto, a parte psíquica responsável pelo significado sentimental de tudo aquilo que vivemos. Se as coisas que vivenciamos estão sendo agradáveis, prazerosas, sofríveis, angustiantes, se causam medo ou pânico, se dão satisfação, prazer, etc.
Todos esses valores são atribuídos pela nossa afetividade. É através do Afeto que o mundo no qual vivemos chega até nossa consciência com o significado emocional que tem para nós.
A depressão é uma doença que envolve nossa afetividade com repercussão no organismo todo, comprometendo o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento de seu portador. Ela altera a maneira como a pessoa vê o mundo, como percebe a realidade, como interpreta as coisas, como manifesta e interpreta suas emoções e como manifesta disposição e o prazer pela a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta, como dorme, como se sente em relação a si próprio, com o ambiente em que vive e as pessoas ao seu redor.
A Depressão é, portanto, uma doença afetiva ou do humor, e não simplesmente estar na "fossa" ou em "baixo astral" passageiro. A depressão é muito complexa e difícil de ser diagnosticada, pois um dos seus principais sintomas pode ser confundido com tristeza, apatia, preguiça, irresponsabilidade e em casos crônicos como fraqueza ou falha de caráter. Não é falta de pensamentos positivos ou de condições que possam ser superadas apenas pela força de vontade ou decisão. A Depressão, de um modo geral, resulta numa apatia geral, afetando a parte psíquica, as funções mais importantes da mente humana, como a memória, o raciocínio, a criatividade, vontade, o amor e o sexo. Assim, tudo parece ser difícil, problemático e cansativo para o deprimido.
           O paciente com depressão apresenta variação de humor e de comportamento, perda de interesse pelas atividades diárias, tristeza, permanente desânimo, ansiedade e irritabilidade. Além disso, torna-se pessimista e apresenta dificuldade para tomar decisões. Também sofre alterações fisiológicas, como cansaço, diminuição da libido, insônia ou excesso de sono, perda ou aumento de apetite, distúrbios digestivos, falta de memória, redução de concentração e da capacidade produtiva.
Diante deste quadro é possível entender o sofrimento da pessoa deprimida, todo seu desespero em muitas vezes não ser compreendida em suas queixas, como se a pessoa deprimida pudesse por si só controlar seus sintomas por esforço ou decisão.
Da mesma forma, como cada um de nós reage diferente aos sentimentos, cada um terá uma maneira pessoal de manifestar sua Depressão. Há pessoas que ficam caladas diante das suas preocupações, outras choram, outras contam suas dificuldades para todo mundo, outras sentem dor de estômago, alguns têm aumento da pressão arterial, se tornam queixosas, pessimistas, irritáveis, mau humoradas enfim, cada um reagirá diferentemente diante de suas emoções.
Na Depressão Típica falta energia para tolerar e conviver com o próximo, falta tolerância para aceitar o jeito de ser dos outros, falta ânimo para resolver problemas da vida, falta otimismo para acreditar que as coisas estão bem.
            Ainda não são conhecidas todas as causas da Depressão, porém, pesquisas nessa área sugerem fortemente influências bioquímicas importantes para a regulação de nosso estado afetivo, além  da influência de fatores genêticos e não apenas a conseqüência de experiências de vida atuais ou do passado, como se pensava antes. A depressão envolve um mal funcionamento cerebral, um desequilíbrio bioquímico dos neurotransmissores responsáveis pelo controle do estado de humor. O tratamento da depressão é, portanto, e natureza medicamentosa e psicoterápica. Através desta última ajuda-se a pessoa a conhecer e a lidar melhor com seus sentimentos e emoções. Através desse autoconhecimento é esperado que a pessoa passe a melhorar sua relação com a realidade e consigo mesma.

              Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                             Psicóloga Clínica   

sábado, junho 02, 2012



Ansiedade no mundo Pós-Moderno 




O mundo Pós-Moderno tem sido definido como a Idade da Ansiedade, devido à relação entre esse estado psíquico e o ritmo de vida imprimido pelas sociedades industriais. Nessas sociedades o ser humano é cobrado e pressionado a ser competitivo e consumista de modo que o homem no mundo atual é por si só, fator preditivo para o surgimento da ansiedade, estando todos os seres humanos suscetíveis a ela.

O período em que vivemos tem se estruturado com algumas características bem marcantes: oMaterialismo, que associa reconhecimento pessoal através do dinheiro que se tem; o Hedonismo, com a busca de sensações novas e excitantes; a Permissividade, que cria um clima de impunidade e individualismo; o Relativismo, que em articulação com a permissividade predispõe à criação de éticas subjetivas e individuais e o Consumismo, que associado ao materialismo nos fala de uma nova forma de liberdade - a de consumir.

A Pós-Modernidade traz como efeitos colaterais pelo menos dois grandes males relacionados a ritmo de vida: intolerância e ansiedade.

A intolerância está geralmente relacionada à espera. Somos cobrados e estimulados a dar conta de nossas tarefas em uma velocidade muito grande, somos presas da intolerância diante da espera. Esta intolerância piora muito as relações humanas, tornando-nos vítimas da pressa. Esta demanda tão incisiva relacionada ao cumprimento de metas, e à velocidade de desempenho tem sido apontada como uma das principais causas de ansiedade no homem pós-moderno.

Ansiedade, é uma característica biológica do ser humano que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, taquicardia, medo intenso, aperto no tórax, transpiração etc.

A ansiedade sempre esteve presente em toda a existência humana, porém somente nos últimos anos vem tomando maior significância para os pesquisadores, que visam à investigação dos efeitos desse estado sobre o organismo e o psiquismo humano.

Ansiedade é um estado interior de pressa permanente. Ocorre como uma necessidade de resolver logo todas as pendências, de fazer tudo imediatamente, como se tudo fosse urgente ou indispensável.

A pessoa ansiosa quer terminar tudo muito rapidamente, “tudo para ontem”. Assim, o ansioso nunca consegue relaxar, pois está sempre inquieto, apressado, está sempre vivendo coisas que ainda estão por vir, de forma antecipada. O ansioso não consegue viver o presente; nunca está inteiramente envolvido naquilo que está fazendo. Está sempre dividido.

No entanto, não sejamos ingênuos em achar que a ansiedade seja de tudo mal, na verdade, na dose certa, ela é necessária e até mesmo útil, para mobilizar recursos para o enfrentamento do dia a dia, podendo ser considerada como um sinal de alerta de perigos potenciais e ameaças iminentes.

É importante diferenciarmos a ansiedade recorrente do dia a dia, dos Transtornos de Ansiedade, onde estão inclusos: Ataque de Pânico, com ou sem Agorafobia (ansiedade de estar em lugares onde uma saída emergencial seria difícil; fobia específica (por exemplo, medo de insetos, animais, sangue, avião, elevador); Fobia Social (ansiedade provocada pela exposição a certas situações); Transtorno Obsessivo Compulsivo (mais conhecido como TOC, ocorrem obsessões e/ou compulsões); Transtorno de Estresse Pós Traumático (revivência de eventos traumáticos); Ansiedade Generalizada (ansiedade e preocupações persistentes); Transtorno de Ansiedade de separação; Transtornos de Ansiedade devido a condições médicas; Transtorno de Ansiedade induzido por substâncias.

Transtornos de Ansiedade compreendem os quadros em que há a presença de ansiedade acentuada, que desempenha papel fundamental nos processos comportamentais e psíquicos do indivíduo, causando-lhe prejuízos em seu desempenho profissional e/ou acadêmico e nas relações sociais.

Para definir se o estado ansioso é normal ou patológico, deve-se avaliar a intensidade e freqüência com que ocorre, duração, e a interferência com o desempenho social e profissional do indivíduo. Dessa forma, a ansiedade patológica se diferencia da ansiedade normal, pois paralisa o indivíduo, trazendo-lhe prejuízos e não permitindo sua preparação para lidar com situações de ameaças.



Profa. Dra. Edna Paciência Vietta

                  Psicóloga Clínica

Resiliência e Espiritualidade


Resiliência é o poder de recuperação que tem uma mola quando esticada em seu limite, de retomar sua forma original. É o trabalho necessário para deformar um corpo físico até seu limite elástico e obter o seu retorno à normalidade.
O Novo Dicionário Aurélio traz a  seguinte definição: “é a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida, quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica”. Este termo, então, advém da Física, e passa o sentido de elasticidade, flexibilidade de um corpo que mesmo pressionado, esticado, dobrado, não perde sua propriedade, não se deforma. Ainda que esta idéia não expressa sua totalidade esse termo tem sido utilizado pela Psicologia, emprestado da Física, cuja conotação específica queremos transpor aqui. 
Em psicologia, resiliar [résilier] é recuperar-se, ir pra a frente depois de uma doença, perda, trauma ou estresse. É vencer as provações e as crises da vida, resistir a elas primeiro, e superá-las depois, para prosseguir vivendo da melhor forma possível.
O primeiro a usar o termo resiliência, em sentido figurado, foi o conhecido psicólogo John Bowlby, que o definiu como um recurso moral, qualidade de uma pessoa que não desanima, que não se deixa abater.
O paradigma da resiliência descreve como a fé, a espiritualidade, ou a pertença a um grupo, comunidade ou instituição religiosa influenciam no momento da superação das dificuldades e sofrimentos pessoais e sociais.
As atitudes resilientes podem ser promovidas, com o apoio de pessoas ou instituições (família, igreja, escola, centro de saúde, organizações ou associações sociais, políticas,etc. etc.), que se preocupam em motivar a ativação das capacidades de superação das dificuldades. Pensa-se na ação preventiva e na promoção da saúde, como fomentá-la no ambiente familiar, social, de trabalho e de missão, mediante a educação, intervenções sociais, políticas públicas, assim como dos projetos comunitários civis ou eclesiais.
As capacidades resilientes dos seres humanos e dos grupos, por mais promovidas e desenvolvidas que estejam, não são ilimitadas. Todo ser humano tem um limite pessoal para lidar com a adversidades.
Para promover e potencializar a resiliência de um grupo ou de uma pessoa é preciso investigar e descobrir os pilares que sustentam a resiliência, os recursos próprios que as pessoas dispõem, e os fatores de proteção do meio circundante, as capacidades que há na família, no ambiente ou na instituição educativa, social, política ou religiosa. Esse processo de fortalecimento e capacitação é conhecido hoje como “empowerment” e preocupa-se em “identificar os recursos, revelá-los a quem os possui e, que muitas vezes não sabem que os possui, e ajudá-los a recorrer a eles em momento oportuno.
Flach (1991) estabelece alguns traços característicos da personalidade e alguns atributos do indivíduo resiliente. Os principais são:· auto-estima, senso de humor,· independência de pensamento e ação, sem medo de depender dos outros ou relutância em fazê-lo, quando necessário, capacidade de trocas nas relações, ter um grupo estável de amigos (inclusive alguns confidentes). Ainda, ter disciplina pessoal e senso de responsabilidade, reconhecimento e desenvolvimento de dons e talentos pessoais, auto-respeito,· criatividade, habilidade para recuperar a auto-estima, quando temporariamente perdida, capacidade para tolerar a dor e o sofrimento, abertura e receptividade para novas idéias, aprender, disposição para sonhar, uma vasta gama de interesses, respeito aos próprios sentimentos e percepção dos sentimentos dos outros, capacidade para comunicar suas opiniões de maneira adequada, flexibilidade, concentração, compromisso com a vida, e uma filosofia de vida na qual as experiências pessoais possam ser interpretadas com significado e esperança, até mesmo em momentos desalentadores da vida.
A literatura sobre resiliência ainda é pouco exaustiva ao falar de religiosidade, fé ou espiritualidade. Poucos são os autores que abordam a temática. No entanto, Vanistendael, com marcada ênfase nesse aspecto, considera que o sentido da vida, como pilar de resiliência, pode estar vinculado a uma filosofia de vida, vida espiritual e fé religiosa.
Alguns estudiosos no assunto consideram a espiritualidade um suporte para as crises, superação e cura. Para Neale Donald Walsch, autor norte-americano da série de livros “Conversando com Deus”,  a religião e a espiritualidade, como fatores resilientes, são recursos terapêuticos poderosos em momentos de adversidades.

    Profa. Dra Edna Paciência Vietta
             Psicóloga Clínica