quarta-feira, junho 06, 2012



Depressão Típica e Atípica


Depressão Típica e Atípica
A Depressão pode se manifestar como Depressão Típica ou Depressão Atípica.
Depressão Atípica é uma maneira disfarçada da Depressão se apresentar. Isso acontece, normalmente, naquelas pessoas que não se permitem sentimentos sem motivos e, apesar de já terem ido a muitos consultórios médicos com as mais variadas queixas (físicas, emocionais ou psicossomáticas) e de terem feito inúmeros exames, continuam achando que a medicina ainda não conseguiu descobrir a causa de seus problemas.
Outra forma de manifestação da depressão Atípica é Distimia: um transtorno mental que se manifesta por mau humor por meio de uma espécie de rabugice que parece eterna. Lembra muito o estado de espírito do Hardy Har Har, a hiena de desenho animado famosa por viver resmungando “Oh dia, oh céu, oh vida, oh azar”. A pessoa distímica costuma procurar ajuda só quando a doença já evoluiu para um quadro depressivo grave. Essas pessoas aprendem a funcionar irritadas. Acham que, por parecer um traço de personalidade, nada pode ser feito.
Trata-se de um subtipo depressivo crônico que costuma aparecer já na adolescência ou mesmo na infância. Mas tem um quadro de evolução lenta, sintomas difíceis de serem percebidos e diagnosticados Além disto seus sintomas são menos evidentes do que os da depressão severa.
A Distimia pode deixar o indivíduo com a sensação de que este é o seu jeito normal de ser, com dizeres como “sempre fui desse jeito “. Há, portanto, uma perda de autocrítica quanto à doença, o que, somado ao baixo interesse em várias áreas da vida, pode levar ao isolamento ou a uma vida limitada, com poucos relacionamentos sociais, inclusive dificuldades profissionais e familiares.
A Distimia foi reconhecida pela medicina nos anos 80, é uma forma crônica de depressão, com sintomas mais leves. “Enquanto a pessoa com depressão grave fica paralisada, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre reclamando”.
Devido ao fato da afetividade depressiva não permitir uma visão mais positiva da realidade, os distímicos insistem sempre em considerar equivocadamente que a maneira negativa e sombria de perceber as coisas do mundo é uma maneira realista de viver. 
O transtorno distímico é compatível com um funcionamento social relativamente estável, embora precário. Muitos pacientes distímicos investem a energia que têm no trabalho, nada sobrando para o prazer e as atividades familiares ou sociais, o que favorece atrito conjugal característico.
 A dedicação ao trabalho por parte dos portadores de transtorno distímico pode representar uma supercompensação, constituindo uma defesa em sua batalha com a desorganização e a inércia. Kraepelin descreveu esses indivíduos: “A vida, com sua atividade, é um fardo que eles habitualmente carregam com resignação submissa, sem serem compensados pelos prazeres da existência”. Segundo observação clínica o Distímico só busca ajuda quando algo muito grave (muitas vezes irreversível) já ocorreu em sua vida conjugal, familiar, profissional ou social. Por apresentar uma personalidade perfeccionista e detalhista costuma achar qualquer tratamento ineficaz, resistindo muito em aderir ao mesmo. O Distímico  acentua tanto os aspectos negativos da vida que os positivos passam despercebidos e sem importância. Por sua postura pessimista, crítica e exigente e inflexível, taciturno, introvertido, ultra-escrupuloso, não alimenta expectativas positivas em relação ao processo psicoterápico o que dificulta a intervenção
Depressão Típica, por sua vez, se manifesta com todos os sintomas emocionais típicos, tais como apatia, desinteresse, tristeza, desânimo, etc.
         A Depressão pode ser entendida como um estado afetivo rebaixado. Portanto, o que mais se constata na Depressão Típica é um cansaço ou inibição das atividades físicas e psíquicas tal como se houvesse uma perda de energia geral. Para as pessoas deprimidas todas as atividades parecem mais cansativas, difíceis e tediosas. Há um comprometimento do ânimo geral para tudo, inclusive para as atividades que deveriam dar prazer.
      Não se conhecem ainda as causas da depressão. Várias são as teorias, entretanto, baseadas em observações e evidências científicas: a Teoria genética para qual alguns tipos de depressão são mais freqüentes em determinadas famílias, sugerindo que a vulnerabilidade biológica (isto é, a propensão ou sensibillidade do organismo à doença) seja transmitida geneticamente. História familiar de mania, depressão e alcoolismo aumentam a probabilidade de ocorrência de depressão. O fator genético é mais evidente para a depressão bipolar que para a unipolar; a Teoria psicodinâmica cuja evidência é a de que pessoas com baixa auto-estima, pessimistas ou muito sensíveis a stress são mais propensas à depressão. Não está claro se isso representa uma predisposição psicológica ou se tais manifestações seriam uma forma inicial da doença; Teorias biológicas - o cérebro humano vive constantemente uma fantástica ciranda de impulsos nervosos em todas as direções, um mecanismo da impressionante complexidade que tem como resultado o pensamento, a ação, locomoção, manifestação de alegria ou de preocupação.
Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que dão a sensação de conforto, prazer e bem estar. É uma disfunção que ocorre na transmissão dos impulsos de uma célula nervosa para outra. Nesse caso, os neurotransmissores, como a noradrenalina e a serotonina – substâncias químicas usadas na comunicação entre os neurônios existem em quantidades alteradas. A depressão nesta teoria é decorrente de um funcionamento alterado das células neuronais que compromete o estado emocional e físico do indivíduo.
Existem ainda, outros sinais que podem indicar depressão como: Dores crônicas; dores tipo enxaqueca; dores na coluna e fadigas persistentes podendo ser estes os únicos sintomas claramente percebidos. Neste caso a depressão é comumente chamada de “mascarada”. 

                    Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                                 Psicóloga Clínica

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