segunda-feira, abril 30, 2012







Benefícios do autoconhecimento 



A observação sistemática do comportamento dos indivíduos tem mostrado que conhecemos muito pouco a respeito do nosso próprio ser. Pelo fato de termos acesso privativo aos próprios pensamentos e sentimentos, acreditamos possuir conhecimentos profundos dos porquês agimos ou nos comportamos desta ou daquela maneira. Contudo, esse tipo de conclusão não tem recebido suporte científico. Freud foi um dos primeiros pensadores a apontar o quanto da motivação humana permanece oculta à própria pessoa e sugeriu que tornar consciente essas motivações seria um passo importante para o estabelecimento de uma vida saudável.
O autoconhecimento é adquirido, aprimorado e influenciad acordo com a vação e a percepção que o indivíduo faz da sua história de vida. O problema é que neo dem sempre as pessoas conseguem fazer essa auto-observação e isso pode gerar sofrimento por desconhecimento das razões de seu agir, pensar e sentir, e conseqüente sensação de vazio, raiva e frustração.

O desejo de conhecer mais sobre nós mesmos geralmente nos remete a experiências da infância, vividas com nossos familiares mais próximos. Muitas lembranças são prazerosas, algumas podem vir acompanhadas de dor, sofrimento e angústia. Por ser um processo temido, várias são as manobras conscientes e inconscientes, utilizadas pelo ser humano para evitar o contato com seu mundo interior
No entanto, reflexão e autoconhecimento são armas poderosas para resolver conflitos emocionais. A maior vantagem do autoconhecimento é que ele permite que o indivíduo encontre as reais causas das suas dificuldades possibilitando-lhe tomar atitudes para enfrentá-las e/ou transformá-las. Não obstante, os caminhos de alienação de si próprio são os mais diversos. Alguns evitam encarar sua realidade trabalhando o tempo todo, outros adoecem, outros negam seus problemas e dificuldades, ainda há os que comem ou gastam compulsivamente. Tudo isso para não ter tempo de olhar para si mesmo. Pessoas que não refletem sobre sua própria vida, distanciam-se cada vez mais de seus reais sentimentos, agem automática e impulsivamente, caminhando sem saber aonde chegar.
Muitos preferem levar a vida sem muitos questionamentos, pois analisar as próprias atitudes e comportamentos demanda coragem, sobretudo, quando se constata a necessidade de mudança. É como mexer num vespeiro. Dessa forma, evitam entrar em contato com seus sentimentos mais profundos, até como forma de defesa, temendo machucar-se.
Segundo Platão, Sócrates teria tomado a inscrição “conhece-te a ti mesmo” da entrada do templo de Delfos como inspiração para construir sua filosofia. O que Sócrates pregava era que deveríamos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar mais com nós mesmos. Significava ter consciência de si mesmo, percepção dos próprios sentimentos, conhecimento do sentido da própria vida, avaliação realista das próprias capacidades de modo a desenvolver o auto-encontro gerador da auto-estima e autoconfiança.
Inteligência emocional é justamente esta capacidade de percepção dos próprios sentimentos a partir da qual, aprendemos a lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-os quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional.
Tudo que sentimos, quer lembremos ou não, está registrado em nosso inconsciente. Nele ficam os conteúdos que alteram e influenciam o comportamento. Pode-se dizer que o inconsciente é semelhante a um porão onde se guarda tudo que não queremos ver e onde há bem mais coisas que imaginamos. E como fazer para conhecer esse lado ao mesmo tempo obscuro, misterioso, fascinante e libertador?
A Psicologia é a área do conhecimento que busca encontrar a resposta para essas questões por meio de método científico. Por este motivo, quando se deseja alcançar um grau mais profundo de autoconhecimento, recomenda-se a psicoterapia.
A psicoterapia é um processo de autoconhecimento que promove um maior desenvolvimento da percepção que o indivíduo tem de si, de seus comportamentos, pensamentos e sentimentos. È um procedimento relevante para a produção das mudanças desejáveis, caminho para compreensão dos motivos conscientes e inconscientes que nos leva a agir desta ou daquela maneira.


      Profª. Drª. Edna Paciência Vietta
                    Psicóloga/Clínica

Nenhum comentário: