Extrovertido
ou Introvertido?
Conhecido
como um dos maiores psicólogos do século XX e um dos que mais estudou a
personalidade humana, Carl Gustav Jung, distinguiu duas formas de
atitudes/disposição das pessoas em relação a convivência entre pessoas: aquelas
que preferem focar a sua atenção no mundo externo, nos fatos e nas pessoas, e
aquelas voltadas para o mundo interno de representações e impressões psíquicas.
Cada um desses tipos de disposição representa a preferência natural do indivíduo
no seu modo de se relacionar com o mundo. Assim, ambos os tipos introvertidos e
extrovertido revelam que as pessoas diante dos eventos da vida podem apresentar
duas condições: “uma tendência à reflexão (introvertido); e outra a de
mobilização ou ação (extrovertido).”
Grosso
modo, pessoas extrovertidas, são mais animadas, mais barulhentas e
comunicativas, enquanto as introvertidas são mais retraídas, mais discretas e
pensativas. É lógico que entre esses dois extremos existem gradações e nosso
lugar nesse contínuo determina como fazemos nossas escolhas, como nos
relacionamos, a forma como resolvemos nossas diferenças, como enfrentamos nossos
conflitos, como demonstramos nossos afetos.
Na
prática os extrovertidos são pessoas que se sentem bem na convivência com muitas
pessoas, enquanto os introvertidos,
não parecem ter necessidade de conviver com muitas pessoas, evitando, até mesmo,
ou algumas vezes, estabelecer contatos.
Não são necessariamente tímidos, pois tem a habilidade de conversar e
auto-estima necessária para interagir com as outras pessoas, porém optam por
ficarem
mais sós.
Na
verdade temos um pouco de cada uma dessas características com predomínio de uma
delas. Não há como sermos todos extrovertido ou todos introvertidos o tempo
todo, nem considerar que um tipo seja melhor que outro, ambos têm suas vantagens
e desvantagens.
Outrossim,
vale dizer que uma
personalidade sã é flexível e pode adaptar-se ao contexto, num equilíbrio que
permite ao sujeito responder aos
estímulos externos sem conflitos.
É
importante dizer que essas duas características por si só não define ninguém,
muitas outras se somam a elas para se definir uma personalidade.
Atualmente,
introversão e extroversão são dois dos aspectos mais pesquisados na psicologia
da personalidade, despertando a curiosidade de centenas de
cientistas.
Vivemos numa sociedade que valoriza as pessoas
populares, alegres, comunicativas, esfuziantes, os palradores e, despreza os que
coram, gaguejam, suam nas mãos. Refiro-me, aqueles que, de algum modo tentam
influenciar ou até mesmo condicionar condutas (como, por exemplo, a mídia), que
incentiva às massas a interagirem o tempo todo, como sendo o único comportamento
socialmente desejável.
A
Introspecção e a quietude têm sido combatidas desde a infância. Muitos chegam a
associá-las ao fracasso. Desse modo, o mercado de trabalho, tende a exigir de
seus funcionários um ideal de extroversão, ou seja, é preciso ser falante,
expansivo, alegre para ser considerado um bom candidato em seleções de Rh. Os
"quietos", muitas vezes, são malvistos. Na verdade, as empresas devem ter seus
perfis, de acordo com os cargos e funções desejados, não necessariamente
extrovertido. O importante é ser original, é ser o que se é, e não forçar para
se adequar ao perfil desejado e depois não conseguir manter-se nele. Essa forma
forçada de enquadramento não é boa, nem para a empresa que contrata, nem para o
candidato que pleiteia a vaga.
Os
introvertidos não têm a exuberância social e os níveis de atividade dos
extrovertidos. Eles tendem a parecer calmos, ponderados e menos envolvidos com o
mundo social. No entanto, a sua falta de envolvimento social não deve ser
interpretada como timidez ou depressão. Os introvertidos simplesmente necessitam
de menos estimulação e de mais tempo sozinhos do que os extrovertidos. Eles
podem ser bastante ativos e enérgicos, mas não socialmente. Porém, podem, não
necessariamente, estar propensos a evitar contatos, tornarem tímidos ou isolados
e a perder oportunidades.
No
entanto, isso nem sempre corresponde à realidade se pensarmos em personalidades
do tipo Barack Obama, Steven Spielberg, Bill Gates, para os quais não parece ter
sido empecilho, o fato de serem personalidades
introvertidas.
Profa. Dra Edna Paciência
Vietta
Psicóloga
Clínica
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