O mundo Pós-Moderno tem sido definido como a Idade da
Ansiedade, devido à relação entre esse estado psíquico e o ritmo de vida
imprimido pelas sociedades industriais. Nessas sociedades o ser humano é
cobrado e pressionado a ser competitivo e consumista de modo que o homem no
mundo atual é por si só, fator preditivo para o surgimento da ansiedade,
estando todos os seres humanos suscetíveis a ela.
O período em que vivemos tem se estruturado com algumas
características bem marcantes: oMaterialismo, que associa reconhecimento
pessoal através do dinheiro que se tem; o Hedonismo,
com a busca de sensações novas e excitantes; a Permissividade, que cria um
clima de impunidade e individualismo; o
Relativismo, que em articulação com a permissividade predispõe à criação de
éticas subjetivas e individuais e o Consumismo,
que associado ao materialismo nos fala de uma nova forma de liberdade - a de
consumir.
A Pós-Modernidade traz como efeitos colaterais
pelo menos dois grandes males relacionados a ritmo de vida: intolerância e
ansiedade.
A intolerância está geralmente relacionada à espera. Somos cobrados e estimulados
a dar conta de nossas tarefas em uma velocidade muito grande, somos presas da
intolerância diante da espera. Esta intolerância piora muito as relações
humanas, tornando-nos vítimas da pressa. Esta demanda tão incisiva relacionada
ao cumprimento de metas, e à velocidade de desempenho tem sido apontada como
uma das principais causas de ansiedade no homem pós-moderno.
Ansiedade, é uma
característica biológica do ser humano que antecede momentos de perigo real ou
imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma
sensação de vazio no estômago, taquicardia, medo intenso, aperto no tórax,
transpiração etc.
A ansiedade sempre esteve presente em toda a existência
humana, porém somente nos últimos anos vem tomando maior significância para os
pesquisadores, que visam à investigação dos efeitos desse estado sobre o
organismo e o psiquismo humano.
Ansiedade é um estado interior de pressa permanente. Ocorre
como uma necessidade de resolver logo todas as pendências, de fazer tudo
imediatamente, como se tudo fosse urgente ou indispensável.
A pessoa ansiosa quer terminar tudo muito rapidamente,
“tudo para ontem”. Assim, o ansioso nunca consegue relaxar, pois está sempre
inquieto, apressado, está sempre vivendo coisas que ainda estão por vir, de
forma antecipada. O ansioso não consegue viver o presente; nunca está
inteiramente envolvido naquilo que está fazendo. Está sempre dividido.
No entanto, não sejamos ingênuos em achar que a ansiedade
seja de tudo mal, na verdade, na dose certa, ela é necessária e até mesmo útil,
para mobilizar recursos para o enfrentamento do dia a dia, podendo ser
considerada como um sinal de alerta de perigos potenciais e ameaças iminentes.
É importante diferenciarmos a ansiedade recorrente do dia a
dia, dos Transtornos de Ansiedade, onde estão inclusos: Ataque de Pânico, com
ou sem Agorafobia (ansiedade de estar em lugares onde uma saída emergencial
seria difícil; fobia específica (por exemplo, medo de insetos, animais, sangue,
avião, elevador); Fobia Social (ansiedade provocada pela exposição a certas
situações); Transtorno Obsessivo Compulsivo (mais conhecido como TOC, ocorrem
obsessões e/ou compulsões); Transtorno de Estresse Pós Traumático (revivência
de eventos traumáticos); Ansiedade Generalizada (ansiedade e preocupações
persistentes); Transtorno de Ansiedade de separação; Transtornos de Ansiedade
devido a condições médicas; Transtorno de Ansiedade induzido por substâncias.
Transtornos de Ansiedade compreendem os quadros em que há a
presença de ansiedade acentuada, que desempenha papel fundamental nos processos
comportamentais e psíquicos do indivíduo, causando-lhe prejuízos em seu
desempenho profissional e/ou acadêmico e nas relações sociais.
Para definir se o estado ansioso é normal ou patológico,
deve-se avaliar a intensidade e freqüência com que ocorre, duração, e a
interferência com o desempenho social e profissional do indivíduo. Dessa forma,
a ansiedade patológica se diferencia da ansiedade normal, pois paralisa o
indivíduo, trazendo-lhe prejuízos e não permitindo sua preparação para lidar
com situações de ameaças.
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
Nenhum comentário:
Postar um comentário